Cerimónia por ocasião do Dia Nacional da República Islâmica do Irão: Principais pontos do discurso do Embaixador do Irão em Portugal
Cerimónia por ocasião do Dia Nacional da República Islâmica do Irão: Principais pontos do discurso do Embaixador do Irão em Portugal
Durante a cerimónia por ocasião do Dia Nacional da República Islâmica do Irão, o Embaixador do Irão em Portugal proferiu um discurso na qual apresentou os seguintes pontos:
A República Islâmica do Irão gostaria de continuar a interação e cooperação com a Europa em várias áreas de interesse comum. A Europa deveria mudar a sua abordagem não construtiva em relação ao Irão.
Lisboa - A cerimónia por ocasião do Dia Nacional da República Islâmica do Irão e comemoração do 44º aniversário da vitória da Revolução Islâmica foi realizada na quarta-feira na presença de embaixadores e chefes de missões diplomáticas e da Organizações Internacionais acreditadas em Portugal, académicos, personalidades culturais e da comunicação social, líderes de centros islâmicos, representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa e vários iranianos residentes em Portugal.
No seu discurso, o Embaixador Morteza Damanpak Jami, destacou os progressos alcançados no Irão na era pós Revolução Islâmica, nomeadamente a nível da educação, saúde, direitos das mulheres, investigação e desenvolvimento, indústria e tecnologia, e defesa.
Referindo-se à recente agitação no Irão, sob o pretexto da infeliz morte de uma jovem iraniana e do uso indevido desta questão por parte de alguns países Ocidentais que aproveitaram-se a onda de contestação liderada por jovens para atacar e marcar pontos contra a República Islâmica do Irão, descreveu esta conspiração como uma tentativa condenada ao fracasso à luz da consciência nacional do povo iraniano e da simpatia e solidariedade de todos os grupos étnicos, religiões e diferentes fações políticas. Por seu turno, o decreto de amnistia oferecido pelo Líder Supremo do Irão há vários dias a milhares de acusados e condenados nas recentes manifestações demonstrou outra manifestação da compaixão islâmica e dos esforços do Governo para manter a solidariedade nacional.
O Embaixador do Irão em Portugal, considerou que a política externa do país se baseia nos princípios e valores consagrados na Constituição, que se baseiam na busca da paz e justiça nas relações internacionais, na racionalidade, na busca da independência, na negação da discriminação, na agressão estrangeira, na interferência e dominação, no respeito pelos acordos e compromissos internacionais e no diálogo para a resolução de disputas. Nesta base, reiterou a oposição do Irão à guerra na Ucrânia e em qualquer outra parte do mundo, afirmando que esta guerra, quaisquer que sejam as suas raízes, não tem solução militar. Negando as alegações dos países europeus sobre a utilização de drones iranianos contra o povo ucraniano e o envio de milhares de milhões de dólares em armas mortíferas pelos Governos Ocidentais para a Ucrânia, o que apenas servirá para prolongar a guerra, aumentar o sofrimento dos civis e causar maior destruição às infraestruturas da Ucrânia.
Comentando o estatuto das conversações nucleares para o levantamento das sanções, o Embaixador Damanpak Jami salientou que o Irão não está a pedir nada mais do que os seus direitos tal como estipulado no Plano de Ação Conjunto Global (Acordo Nuclear também conhecido por JCPOA, sigla em inglês), e não aceitará quaisquer obrigações para além do que está estipulado no acordo.
Criticando a duplicidade de critérios contraditórios das partes Ocidentais em relação às negociações sobre o relançamento do Acordo Nuclear, considerou as suas narrativas invertidas sobre o impasse nas negociações, enquanto os países Ocidentais trocam mensagens com o Irão nos bastidores para resolver as diferenças pendentes, e enquanto as suas autoridades admitem que não existe melhor alternativa ao Acordo Nuclear, como parte da sua política de jogar o jogo da culpa perante os meios de comunicação social e do público, ameaçando ou acusando o Irão.
Referindo-se à localização geográfica única do Irão e aos enormes recursos e capacidades económicas, o Embaixador do Irão em Portugal manifestou o interesse do país em desenvolver relações com vários países do mundo, incluindo a Europa. Sublinhou que o Irão e a Europa, especialmente Portugal, são parceiros económicos e culturais há quinhentos anos e, apesar de algumas diferenças sobre questões regionais e internacionais, ainda podem cooperar em muitos domínios. Por conseguinte, o Irão continua a considerar a opção de interação e cooperação com a Europa numa série de questões regionais e internacionais de interesse comum e apelou a estes países para reconsiderarem a atual abordagem não construtiva em relação ao país.
Por último, o Embaixador da República Islâmica do Irão recordou os registos históricos e as tendências atuais das relações Irão-Portugal e reiterou a disponibilidade do Irão para desenvolver relações com este país em todos as áreas.