O MPPM condena energicamente o ataque militar que Israel desencadeou esta madrugada contra o Irão, uma agressão que viola de forma grosseira o direito internacional e a soberania do Irão. Este ataque, ilegal, ilegítimo e não provocado, inscreve-se na sistemática política belicista do Estado de Israel e põe em causa a segurança e a estabilidade de toda a região do Médio Oriente, com consequências gravíssimas e de dimensão imprevisível.
Esta agressão não teria sido possível sem a colaboração activa dos Estados Unidos da América e a complacência ou cumplicidade das potências europeias, que continuam a compactuar com as acções criminosas de Israel.
É inaceitável a narrativa hipócrita, que mais uma vez se repete, de não condenar o agressor e depois apelar à «contenção» de ambas as partes. Este discurso mascara a realidade dos factos e contribui para a normalização da violência israelita.
É igualmente inaceitável que o Irão continue a ser acusado de pretensões nucleares de tipo militar sem provas credíveis, enquanto se ignora sistematicamente que Israel é, desde há décadas, a única potência nuclear do Médio Oriente, fora de qualquer tratado de não proliferação e sem inspecções internacionais. O Irão era parte de um acordo que estava a cumprir mas que os EUA denunciaram e de que a Europa se afastou em silêncio.
Este ataque insere-se num padrão mais vasto de agressão e ocupação por parte de Israel. Israel prossegue a sua ofensiva genocida contra o povo palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada. Mantém a ocupação de parte do território libanês, em transgressão do acordo de cessar-fogo, que aliás tem violado milhares de vezes. Nunca abandonou a parte dos Montes Golã sírios que ocupou em 1967, e desde Dezembro de 2024 aumentou até a área ocupada em território sírio.
Este ataque ocorre, também, numa altura em que a pressão da opinião pública internacional estava a enfraquecer a imagem mediática de Israel e a gerar reservas em alguns dos seus mais firmes aliados. E a manobra parece ter resultado porquanto todos se apressaram já a testemunhar a Israel o seu incondicional apoio.
Israel confirma, mais uma vez, que é um Estado agressor e belicista. A cumplicidade, a complacência com a violação do direito internacional e a inacção da comunidade internacional apenas reforçam a sua impunidade.
O MPPM exige do governo português uma condenação clara, firme e inequívoca do ataque israelita ao Irão. Agora com redobrada razão, o MPPM reclama a interrupção imediata de quaisquer relações militares com Israel e o fim de qualquer fornecimento de armas ou equipamentos de uso militar.
Israel é uma ameaça à paz! A paz no Médio Oriente e no mundo exige o fim da impunidade de Israel.
Em todo o mundo, o clamor dos povos pela paz, sobrepõe-se à dos arautos da guerra. Em Portugal, vamos fazer ouvir novamente a nossa voz na manifestação convocada para terça-feira, 17 de Junho, a partir das 18 horas, entre a Praça Luís de Camões e a Assembleia da República. Todos estão convocados!
13 de Junho de 2025
A Direcção Nacional do MPPM
https://mppm-palestina.org/content/mppm-condena-energicamente-ataque-de-israel-ao-irao-0